sábado, 25 de outubro de 2014

AINEs no Manejo da Dor

Os anti-inflamatórios não esteroides(AINES) atuam pela inibição da enzima ciclooxigenasa (COX 1 e COX 2) que influenciam na síntese de prostaglandinas. Estas, participam nas respostas inflamatórias ao estimular as terminações nervosas da dor.

A inibição da COX-2 é a responsável pelas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas.
A inibição da COX-1 é a responsável por provocar os efeitos indesejáveis em nível gastrointestinal.

Existem no mercado apresentações que inibem ambas as enzimas- que são as mais vendidas- e outras que são seletivas para a COX-2, evitando assim os indesejáveis efeitos gástricos.

Em teoria, nenhuma das apresentações deveria ser vendida sem prescrição médica, entretanto, não é isso o que se observa na prática farmacêutica no Brasil.

São indicados para o alívio da dor aguda – dor de dente, musculares- e dor crônica- principalmente em paciente idosos portadores de alguma enfermidade concomitante como pode ser a osteoartrite ou artrite reumatóide.

O sintoma da dor aguda leva muitos pacientes diretamente à farmácia, pela facilidade e rapidez de acesso ao invés de irem ao médico. A maioria dos casos pode ser devidamente orientado pelo farmacêutico, seja indicando um medicamento para o alívio imediato, seja derivando ao médico ou dentista quando pertinente.

Por serem vendidos livremente em farmácias, o consumo de AINEs é muito elevado e vem aumentado desregradamente ao longo dos anos. Princípios ativos como o ibuprofeno estão entre os mais vendidos sem prescrição.

O fato de ser um grupo de medicamentos tão difundido e utilizado, tanto como indicação na farmácia, como automedicação, sobretudo em pacientes idosos, é extremamente importante uma dispensação com critérios de atenção farmacêutica.

Isso porque pacientes idosos, muitas vezes, fazem uso de mais de um medicamento de forma contínua, e este é o principal grupo a que se deve ter atenção. Os principais pontos a que se deve levar em conta são:
  • distúrbios gastrointestinais: idosos acima de 60 anos, pessoas com antecedentes de ulcera péptica e hemorragias no tubo digestivo, uso concomitante de corticoides ou anticoagulantes orais;
  • pressão arterial (já que provocam um aumento de 5 mm de Hg, mais significativo em pacientes hipertensos em tratamento-possíveis interações);
Em todos estes pacientes é recomendável a prevenção através da utilização de mínimas doses efetivas e, quando pertinente, utilizar medicamentos para a profilaxia gastrolesiva (p. ex.:omeprazol).

Através da farmácia podemos orientar de forma efetiva o paciente que ali acude – entre outras ações, com o estudo das prescrições do paciente poli medicado, analisando fatores como a idade do paciente, intensidade e período do aparecimento da molestia- assim, auxiliá-lo no manejo da dor. Também importante avaliar quando derivar este paciente ao médico/dentista. Acima de tudo com intuito de que se crie um vínculo de confiança entre profissional de saúde/paciente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe suas dúvidas e sugestões!

Seguidores

Powered By Blogger