O Refluxo Gastroesofágico (RGE),
popularmente conhecido como azia, é um transtorno muito frequente, com alta
prevalência, podendo afetar homens e mulheres em qualquer idade da vida.
Este incômodo costuma ser leve e
ocasional na maioria dos casos, porém, pode se intensificar provocando lesões
na mucosa esofágica originando um quadro mais grave e complexo.
O RGE pode ser definida como todo
sintoma desencadeado pelo contato excessivo do material ácido do meio estomacal
com a mucosa gastroesofágica.
Porque ocorre o refluxo?
O desencadeamento do refluxo se deve a
uma disfunçao da barreira existente entre a união gastresofágica. A função
barreira se deve à ação sinérgica de 3 fatores:
- ângulo de Hiss: que facilita a passagem do alimento até o fundo do estômago;
- esfincter esofágico inferior: que cria uma zona de alta pressão que obstaculariza a passagem do alimento;
- piloro diafragmático: que produz um reforço muscular sobre toda esta zona;
- existem estudos que relacionam também a asma com crises gastroesofágicas.
A disfunção em alguma destas barreiras
pode permitir o contato do conteúdo ácido estomacal na região de junção com o
esôfago, produzindo o refluxo.
A mucosa gástrica está preparada para um
pH ao redor de 1. Já a mucosa esofágica não está preparada para este valor de
pH tão ácido. Dependendo do conteúdo, quantidade, tempo e pH do conteúdo a que
o esôfago fica submetido, determina a gravidade do refluxo.
Sintomas do RGE
As principais queixas dos pacientes são
sensação de ardor (pirosis) e regurgitação ácida. Entretanto, existem alguns
sintomas menos frequentes mas que também merecem atenção: disfonia, tosse
crônica, e dor no tórax.
O contato contínuo e extremado de
conteúdo ácido com a mucosa esofágica pode gerar uma esofagite e causar
lesões. Se não forem devidamente tratadas, estas lesões podem produzir fibrosis
que geram estenosis esofágicas e ainda, podem obstruir a luz do esôfago,
impedindo o fluxo de alimentos. Ou seja, que muitas vezes o que parece algo
simples e corriqueiro, assim como muitos sinais que o corpo nos dá, não deve
ser deixado de lado, pois as complicações podem ser perigosas e muito mais difíceis de tratar!
Tratamento
Modificaçoes no estilo de vida podem ter
bons resultados:
- aumentar o numero de refeições ao dia;
- redução de peso em caso de obesidade;
- elevar o colchão ou cama para que a cabeça fique levemente acima do restante do tronco, 15cm aprox.
- diminuição do consumo de álcool.
Fármacos existentes no mercado
Os principais fármacos podem ser
agrupados em três classes:
- Antiácidos e inibidores da secreção gástrica (antiácidos, IBPs, antiH2, etc);
Os IBPs
(omeprazol, pantoprazol... ) são os medicamentos mais eficazes e de
primeira escolha. São pro-fármacos com ação de inibir a bomba de prótons no
estomago, assim, reduzem tanto a secreção ácida basal como a induzida por alimentos.
Os antiácidos possuem a capacidade de
neutralizar o ácido produzido pelo estômago e inibir a enzima proteolítico
pepsina.
Os antagonistas H2 suprimem a secreção
ácida pelo bloqueo dos receptores H2 da histamina, seus principais
representantes são ranitidina e famotidina. Um fator negativo deste tipo de
medicamento é que produz certa tolerância com seu uso continuado no período
aproximado de 2 semanas.
- Agentes antirrefluxo (alginatos); São agentes antirrefluxo de ação local, portanto, devem ser tomados assim que aparecerem os síntomas, logo depois das refeiçoes.
- Agentes procinéticos (metoclopramida, domperidona, cinitaprida, etc.); Sua açao aumenta o tonus do esfincter esofágico e facilita o esvaziamento gástrico. Entretanto nao sao os medicamentos de primeira escolha, já que não apresentam benefícios em relação aos demais.
Seu farmacêutico ou médico seguramente
saberá, através de uma entrevista detalhada, indicar, ou o melhor tratamento
para seu caso, ou a procura de um especialista.
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